terça-feira, 27 de março de 2012

O milagre árabe.Islã Clássico




Atividade: Resumo “O milagre árabe” Islamismo e Sociedade de Samuel Sérgio Salinas.
Turma: 53
Profª: Luiz Fernando
Aluno (a): Gabriel Chaves Amorim
Curso História/Licenciatura

 

O Milagre Árabe
اللغة العربيةمعجزة

   A palavra milagre aqui é empregada para adjetivar a expansão árabe. Datado no calendário gregoriano no dia 16 de Julho de 622, essa data equivale ao ano novo árabe. Simboliza a saída do profeta Mohamed para Medina. A expansão árabe foi um miraculoso movimento expansionista. Que tinha como  centro uma forte teologia doutrinária. Verdadeiros adoradores por excelência tinham uma grande compreensão dos fatos naturais. E conciliavam a ciência e teologia.
A Língua
اللغة
   O autor abre o texto ilustrando a importância da língua em todos aspectos ( léxico, morfológico e sintático). Aponta a importância que os árabes davam e dão a sua língua. Como preservadora do preceitos corânicos O fato é que a evolução lingüística serviu também como porta de entrada para outras culturas. Os árabes são fortes tradutores, mas acima de tudo introduziam a língua árabe como língua de assimilação. Os povos conquistados deveriam aderir a nova língua. Mas nem sempre a regra era prática como diz o texto.


Poesia, artes, sabedoria e relações lingüísticas.
والشعراللغوية.والعلاقاتالحكمةوالفن


            Nesse tópico se conclui que Garaudy ao traçar uma linha de raciocínio sobre a herança da escrita sufista árabe. Herança impressa em trovadores e poetas Europeus. Errantes ou Eruditos, Bardos e Goliardos. Creio que devia ser uma sensação quando uma taverna de “hereges intelectuais” recebia alguma personalidade culta do oriente. Trazendo na bagagem suas especiarias boêmias e forte poesia sufista. Cita o poeta Dante que escreve sob um forte apego criacionista, forma de ver tudo como expressão divina. Do grego σοφιστεία ; Sofistéia; Sophisma; Sofisma, estratagema, astucia.
            Para esse autor esse estilo poético trouxe para o ocidente a possibilidade de ir além à concepção de homem e mulher. Em épocas de cruzada e mundo feudal a poesia sufista trazia certo saudosismo, nostalgia de tempos de paz. A poesia sufista hereditariamente árabe remetia a vida natural dos beduínos do deserto. As mil e uma noites de Sherazade, todas remetem a uma vida de mistérios. O exotismo exorbitante dos homens do deserto. A poesia era fundamentalmente um vocabulário, que tinha como objetivo assegurar o sentido das expressões corânicas. Os não árabes os imitavam assim a poesia passou a ser escrita pelas mãos de homens ocidentais. E logo a poesia estaria falando de cortes feudais, a vida palaciana, a celebração do amor e as bebedeiras.
            Mas a expressão lingüística e poética desacompanhada de uma sabedoria relevante de nada vale. O saber é um ato de oração. Segundo o próprio profeta: “Uma hora de estudos vale mais que um ano de orações”. O conhecimento adquirido é preceito corânico. “Os símbolos do Universo são os símbolos de Deus”. O alcorão ainda afirma que todas as coisas são símbolo para aquele que é capaz de raciocinar.
            Assim que acontece a conversão o seguidor de Mohamed se torna árabe. Então quando se menciona medicina, poesia, ciência ou matemática árabe. Podemos estar falando de um autor que não necessariamente era nascido árabe. Podia ser de origem Africana, Indiana, Andaluzia, Cristão, Judeu. Esses pensadores poderiam ter escrito com influencia árabe quanto influencia nacionais.
            A filosofia árabe veio primeiro a partir da tradição oral Greco Helênica. Como assimilação de termos e metodologias. Exemplo contemporâneo pode se observar na medicina árabe. Onde o termo usado para diagnosticar a depressão é Melancolia.




Traduções
ترجمة
            As traduções não começaram para simplesmente serem assimiladas de forma intacta. Havia um senso ético precedido pelo corão de aplicação pratica para essas traduções. Deveriam ser feitas para suprir necessidade e objetivos práticos. As aplicações seriam voltadas as práticas médicas, matemática e álgebra no controle da engenharia e técnicas de irrigação.
            A álgebra era fundamental nos negócios. Nas heranças, legados, partilhas, processos, legislatura, comércio, edificações, construções de canais, cálculos geométricos e muitas outras aplicações práticas.
            Durante a dinastia Abássida. Al Mansur incentivou a tradução de textos de natureza astrológica. Sendo a astrologia mestra de todas as ciências, essas traduções não tinham um interesse pratico. Os árabes tinham mais interesse nas traduções de textos filosóficos e científicos. O quesito praticidade era o “leme” que direcionava as traduções. 





A Herança Intelectual
الفكري التراث
Antiga Bagdá


“A herança assumida é proporcional a civilização que a acolhe”

            Os árabes organizavam missões intelectuais. Onde visitavam as nações procurando variedade de textos. Na pérsia, na índia e em Constantinopla. Em busca de todo tipo de conhecimento. Esses árabes deram vida ao que chamamos hoje de vida intelectual. Eles não só traduziam, mas comentavam e re-significavam esses conhecimentos. Chegando bem perto da produção acadêmica e seus artigos científicos que se conhece hoje em dia.

A evolução Intelectual.
الفكريالتطور
      A ciência no século IX na expansão árabe já apresentava relevante número de textos científicos. Comparo o Ocidente em trevas com o Oriente crescente na glória corânica. Enquanto padres se preocupavam na escrita de materiais contra escarnecendo gentios e hereges. Oriente explode vida científica, mas sempre aliada da teologia criacionista e monoteísta.

pessoas incultas, habitantes do deserto, ignorantes de toda doutrina divina. E só mediante a multidão destes, obrigou os demais, pela violência das armas” Tomás de Aquino
           
            Essas palavras de Tomás de Aquino são desmentidas a cada novo passo em direção a autonomia desse assunto. O Olhar euro centrista impregna o Islam com malicia e maldade.  “Não há imposição quanto à religião , porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus Ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo, porque Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo.” surat al bakara versiculo 256

Religiosidade e Conhecimento
والمعرفةالتدين

   “Aquele que percorrer um caminho à procura do conhecimento, Allah lhe facilitará o caminho ao paraíso; os anjos inclinam suas asas para o procurador do conhecimento por agrado pelo que faz; e tudo quanto existe nos céus e na terra, até mesmo os peixes na água imploram a Deus o perdão para o sábio; e a virtude do sábio sobre o adorador é como a virtude da lua sobre os outros planetas; e os sábios são os herdeiros dos profetas, e os profetas não deixaram nem moedas de ouro nem de prata, mas deixaram o conhecimento, que o conquistar estará conquistando algo valioso”. Dizeres Muhammad (saas) que nos prescreve a ocupação árabe na busca pelo conhecimento, como sugere o mensageiro de Deus Muhammad (saas).

            Acima de toda evolução de conhecimento econômico, tecnológico ou cientifico. Adquirir essa evolução só seria válido se fosse para uso fruto de toda comunidade islâmica. Essa forma de compreender aspectos éticos da religiosidade científica, fez o Islã se preocupar com a preservação dos locais conquistados. Ambiental esse decisivo para a sobrevivência dos homens e espécies. O conhecimento é considerado uma valiosa herança para os árabes.
Ciência e Tecnologia
والتكنولوجيا العلوم
            Essa noção de ciência formou-se entre os árabes após a introdução de livros aristotélicos. No Islã os sábios vinham de diversas culturas. Desde Europeus, Andaluz, Chineses. Alguns Cientistas árabes recorrem as palavras do profeta para lembrarem preceitos religiosos e coligarem a ciência. A Ciencia como busca de conhecimento, não é função ou missão de um grupo especifico, mas de todo muçulmano. Então, que saia uma facção de cada coletividade, para que possam instruir-se na religião e para que, depois, admoestem seu povo, quando a ele retornarem, a fim de que este se precate (Attaubah 122).
            No Século IX o Historiador Al Mansur afirma que o Mineral é a base de todas as substancias, partindo para o vegetal e depois animal. Por ultimo nessa escala o ser humano. Podemos claramente notar uma linear de pensamento evolucionista. Nessa época haviam muitos cientistas empenhados na pesquisa da origem humana.
Natureza e Religião
والدينالطبيعة
Gravura meramente ilustrativa do Profeta Mohamed recebendo a revelação do anjo Gabriel.

            Enquanto ocidentais esqueciam-se dos mandamentos bíblicos com ânsia de dominação política. Criava-se roteamentos (desmatamentos) era predador do ambiente em que habitavam. A Greenland ou Groelandia levava esse nome pelo fato de ser uma terra verde e produtiva.
            O Islam este diretamente ligado a natureza como obra divina. Respeitando o ambientalismo como principio religioso. Com o passar do tempo o ocidente deixou de considerar a natureza como criação divina. Poderia se afirmar que o ocidente se preocupava mais com a evolução tecnológica como avanço da produção. Produção excedente, comércio e forte apelo capitalista. O mulçumano impregnado com a obra divina em todos os aspectos. Considera toda evolução em algo que deve ser concebido a partir dos conceitos corânicos.
  
Lógica
منطق
            A racionalidade foi um dos maiores atributos da ciência árabe. O homem mulçumano devia seguir um forte senso de conduta ético/moral. O que induziu esse povo a um forte senso criteriológico. Casos dos júris por exemplo. Quando se havia alguma duvida ou controvérsia não disciplinada no corão para resolver alguma questão política/religioso /econômica/social. Recorria-se ao “Mufti” uma espécie de Jurista corânico, para aplicar a “Fatwa” que é a sentença. O exercício da lógica nesse caso era empregado a esse conhecedor corânico.

Óptica
بصريات
      Nada de peste como no ocidente. Os orientais já tinham alguns métodos de prevenção da peste que assolava o ocidente. Tinham o costume de queimar suas roupas. Outro tipo de enfermidade acometia os orientais, enfermidades oculares.
            Devido as regiões desérticas e tropicais os orientais tinham contato maior com regiões inóspitas como os desertos. Ao contrario do Europa onde o ar era úmido, o oriente sofria com a falta de umidade. O que causava diverssas enfermidades. O tratamento dessas enfermidades despertou o interesse pelo estudo da física ótica (parte da física que estuda as diversas reações da luz em diversas situações). Haviam tratados completos sobre a estrutura fisionômica do olho.
  
Fisionomia e Anatomia
والتشريحعلم الفراسة
      Os médicos mulçumanos contribuíram de forma significativa nessa área do conhecimento. No Sec XI haviam trabalhos detalhados sobre fisionomia e anatomia. Mansur Al Faquih posteriormente desenvolveu com completo diagrama jamais visto, mapeando todo sistema nervoso humano.
Matemática
الرياضيات
      Após o crescimento territorial proveniente da expansão árabe, surge a necessidade de controle desses territórios. De origem grega esses cálculos e teorias foram se islamizando se aderindo aos conceitos e preceitos práticos. Disseminado e popularizado, as formas corretas de fazer calculo puderam chegar ao mulçumano popular. Os tradutores pegaram em origem textos do sânscrito, mas traduziam também textos de origem latina.

Algoritmos
خوارزميات
      Uma obra do matemático Al Khwarizmi (780 – 850) autor do mais  antigo trabalho de matemática e também álgebra. Poderia ter sido responsável pela introdução dos numerais “arábicos” no ocidente. Forma numérica da escrita sânscrita (1,2,3,4,5,6,7,8,9 e 10) o zero tem nome de Zifr (cifra). A própria etimologia da palavra Algoritmo remete a forma latida no nome Al Khwarizmi.
            O modelo “arábico” descomplexifica a obtenção de cálculos mais complexos com precisão. Há pesquisadores que defendem a expansão cientifica árabe como original outros resumem e rotulam como meras traduções sem criticidade. Invejosos ocidentais.    
            Em 1202 um estudante ocidental que tinha mestre Árabe introduziu o estudo dos algoritmos no ocidente. A evolução no campo da aritmética não teria sido possível. Nem tampouco qualquer ciência de navegação que exprimisse exatidão. Sem adoção do modo numérico sânscrito.
Sistema decimal
العشريالنظام
            Al Kwazirmi introduziu o sistema decimal através da tradição indiana. Para se ter idéia como se escreve o numero trezentos e trinta e três das duas formas, tanto romana quanto sânscrito: CCCXXXIII = 333.O modelo arábico descomplexifica a obtenção de dados e cálculos precisos, sem essa ferramenta a evolução na astronomia portuguesa e as grandes navegações estavam fadadas atrasar no mínimo. Fala-se mais disso no tópico sobre o astrolábio, então continuando.
            O ábaco romano nunca deixou de ser usado, pelo contrario foi reconhecido como ferramenta de auxilio para cálculos, mas com sistema numérico arábico/sânscrito. A regra de três, também teria sido teorizada na China, teria entrado no Islam através do sânscrito Indiano
            Podemos observar que a matemática no Islam tem uma forte base Pitagórica com uma pitada indiana.  Presentes em complexos conceitos teóricos refletiam as práticas tecnológicas. Trigonometria que relaciona o estudo de triângulos planos e esféricos. A trigonometria está presente e ligada diretamente a navegação estelar. Antes no deserto, mas começava a içar velas em ventos de navegação. A trigonometria é a forma de registro da cosmologia vista pelo astrônomo.
Física
فيزياء
            Como citado anteriormente, os quesitos práticos eram os mais relevantes. Instrumentos militares e dispositivos hidráulicos necessitavam de estudos de estática e hidrostática. Hidromecânica e mecânica utilitária. Em geral para os mais diversos fins.
Lei da refração Ótica

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Astronomia
علم الفلك
            No período medieval a astronomia participava das matemáticas. O uso da matemática nessa disciplina consistia no mapeamento estelar por meio de astronômicos. Provavelmente uma das mais antigas expressões científicas. Veio da necessidade básica do homem de se organizar em calendários, se localizar em ciclos. Buscando aprimorar a agricultura, orientação nos mares e desertos. A astronomia é uma tentativa do homem de significar o universo.

            Questões religiosas práticas como: a localização da direção exata de Meca. Estabelecimento do mês do jejum o Ramadã. Os mulçumanos comemoram o ano novo no dia 16 de Julho. O marco zero no calendário acontece no ano 622 d.c simboliza a saída de Mohamed para Medina. Mas foi para se localizar exatamente para Meca que se desenvolveu essa necessidade. A oração
 Fajr (Alvorada), Sunrise (Nascer do Sol), Dhuhr (Meio Dia), Asr (Tarde), Sunset (Por do Sol), Maghrib (Crepusculo), Isha (Noite). São os horários em que o mulçumano deve limpar o seu coração e seu corpo de todas as impurezas mundanas e se conectar com Ala.
Alem do horário são necessários outros passos para a validação da oração no islã.

A higienização do corpo, das roupas e do local onde se realiza a oração, como foi explicado anteriormente.

Cobrir as partes intimas, que no homem vai do umbigo ao joelho, e, na mulher, consiste em todo corpo, com exceção do rosto, das mãos e dos pés.

Que não haja nenhuma ação separando a intenção e a entrada na oração.

Direcionar-se a Makkah.(Preceito impossível sem uma localização de tempo/espaço localização essa só possível graças aos avanços.)

Ter entrado o horário da oração.
33-rabil ala.jpg (2706 bytes)
Sub'hana rabbyal a'alla
 'Glorificado seja meu senhor, O Altíssimo''

Astrolábio
الاسطرلاب
            Um dos mais antigos intrumentos de navegação. De enorme relevância na história de todo desenvolvimento das navegações. Tornava possível qualquer tipo de anotação astronômica fora inventado na antiguidade.
            Os árabes foram buscar em traduções indianas do sec IX. Ao iniciar as traduções gregas coube aos árabes adaptar os dois conhecimentos, assimilando as ciências, teorias e conhecimentos.
            O astrolábio e o sistema astronômico árabe posteriormente iram migrar para Portugal e Espanha. As navegações Lusas e Espanholas estão então findadas num numa forte tradição árabe judaica de navegação.
            
            Como a criança que é vendada na piñata o oriente ainda se confunde. Estudos de Astrologia e Astronomia são quase que conjuntos. Instrumento de muita imaginação, superstição e adivinhação. Mas os árabes identificavam muito bem os dois lados da moeda.
            De herança grega, hindu, persa, judia trazida para o árabe. Devido a estudos cada vez mais problematizados e complexos na navegação. Lembrando que não se trata apenas de traduzir mas acontece uma critica seleção e resignificação de todo conhecimento adquirido.
            Semelhante a nossa atual vida acadêmica/cientifica. Autores citando autores, teorizando, buscando fontes, buscando olhares diferentes sobre determinado objetivo.
            Essencialmente essa é a ciência que indica hora e direção da oração. Além de indicar as datas religiosas. Notável controle sobre calendário tanto lunar, cíclico, etc... Fator que contribuiu ricamente para a expansão. 

Química
كيمياء
            A química experimental de caráter prático seguia uma lógica de hipóteses. Observação, comprovação ou reprovação da hipótese.
            Conquista da prática química é um feito essencialmente árabe, porem sem muitos resultados eficazes. A alquimia foi difundida e chegava ao ocidente de forma arabizada. O ocidente recebia com felicidade alquimistas do oriente. Pois não dominavam tanto, tinham apenas formulas helênicas para álcool e para fundir sinos. Diversas com influência árabe ou bizantina. 


Medicina
دواء
            Sabemos que os povos da antiguidade praticavam uma medicina muito alem do seu tempo. Como por exemplo, os Egípcios, Hindus, Persas e Mesopotâmios. No Egito antigo havia escolas de medicina com avanços estudos de anatomia e manipulação de substancias para o embalsamamento. A religião Hitita prescrevia a mumificação como sagrada.
            A medicina indiana, no século VI, praticava a dissecação de cadáveres, dietas e regimes especiais. A dissecação não foi por povos árabes, judeus ou cristãos. Provavelmente devido a preceitos religiosos. As dissecações para estudo eram feitas em animais. Para se ter idéia Aristóteles situou o cérebro na parte da frente do crânio, deduzindo ser vazia a parte de traz.
            A ciência andava de mãos dadas com a filosofia. Se o individuo se tornava médico logo era um filosofo, humanista, teólogo. Pois o profeta estabeleceu dois caminhos para a ciência que foi a Medicina e a Teologia
            Foi introduzido o estudo da Farmácia, farmacologia e a farmacopéia.
            Esse conjunto de importâncias com a higiene e saúde foi grande alvo das ações políticas sociais da dinastia Abássida. A higiene é recomendada em inúmeras passagens. Haviam banhos públicos espalhados nas cidades. Córdoba por exemplo chegou a ter mais de seis mil casas de banhos.
            Farmacêuticos e médicos tinham que passar por uma espécie de exame que testava suas habilidades e pericias para exercer tal função. Constantemente visitavam as prisões e cidades, vilarejos do interior.
            O primeiro hospital árabe foi aberto no início do Sec. IX em Bagdá abrigava uma escola de medicina e uma biblioteca.
            É preceito corânico que o crente cuide das pessoas enfermas, essa essência se tornou uma política publica de saúde. A dinastia Abássida erguia hospitais públicos comuns, militares, asilos de alienados. A política hospitalar foi fortemente ampliada.
Avicena
O Cânone foi e é o maior trabalho desenvolvido por Avicena, com cerca de um milhão de palavras. Aceita pela comunidade científica e compreendia 5 livros (I- Generalidades, II- Matéria médica, III- Doenças da cabeça aos pés, IV- Doenças não específicas de órgãos, V- Drogas compostas)


Cirurgia
عملية جراحية

            Os árabes tinham um avançado sistema de medicina e filosofia,. Mas e a prática? Alguns autores atacam o milagre islâmico. Certo é que os ocidentais se carneavam a sangue frio em tortuosas e fétidas seções cirúrgicas.
            Os árabes já conheciam conceitos que só iriam se desenvolver no ocidente depois do sec. VX. Conceitos básicos para existência de uma medicina. Como assepsia e narco-analise. Mas consideravam a cirurgia ultimo recurso a ser usado.
            Fontes mulçumanas revelam diversas formas para o alivio da dor.O uso de substancias alucinógenas ou psicotrópicas como a Cannabis ou Opioides.
             Uma delas proveniente da mais antiga farmacopéia do mundo a, Chamada de À Caneta “T'sao-Ching" descreve em que casos eram recomendados os usos da Cannabis, entrou no islã através de textos chineses, e indianos. Os indianos também têm a Maconha no Atharva Veda livro de plantas sagradas.

            Fazia-se um vinho com a Cannabis ou pela própria infusão das flores da planta fêmea (o macho não dá flores). Molha-se uma esponja com esse liquido depois é colocado na boca do paciente para entrar em direto contato com as mucosas sanguíneas causando a narco anestesia.
            O haxixe é utilizado há séculos para tratar a epilepsia. Em um tratado do século 15, Ibn al-Badri, um autor árabe medieval, narra como o poeta Ali ben Makki visitou o filho epiléptico do tesoureiro do Califado de Bagdá e recomendou haxixe.

            “Diz-se que a palavra assassino, parece originar-se do árabe "hashishin" ou fumador de Haxixe, designação dada a uma tribo do norte da Pérsia, na Idade Média, por volta do século XI, povoada por homens guerreiros “altamente perigosos e temidos por sua grande crueldade.” Sabia-se que seus homens eram "motivados" pelo consumo de certa substância “despersonalizaste”, que os impelia ao barbarismo e delitos sádicos dos mais horrendos crimes.” O que sabemos que não passa de lorota direitista católica apostólica romana nada cristã. Logo o ocidente estaria chamando bizantinos e “mouros” de assassinos.
             O Cannabis tem forte presença em todo território árabe. Antes de ser demonizada.  Pois o ocidente vivia um “fogo” pelo vinho e o licor. O próprio papa agradecia aos monjes pelo licor e pelo vinho. Outro papa teria liberado o consumo da cerveja pois era como uma “penitencia” pelo sabor amargo. O uso do álcool não é permitido no islã. Regra que nem sempre é seguida a risca. Chamados sucos de Beirute, que vem batizado com bebida alcoólica.
            As realizações e pesquisas medicam incluíam notáveis progressos de farmacologia (investigação cientifica de composição, dosagem, essos e efeitos terapêuticos de drogas simples ou compostas).       

  Geografia
جغرافية
            A grande expansão territorial e as regiões altamente desenvolvidas, seja de qualquer ponto de vista. Seja pára demarcação, controle, navegação marítima. Ampliação dos métodos de transporte tudo isso só foi possível graças a um meticuloso trabalho de geografia.
            A atividade comercial não era desprezada, como acontecia na Europa da época, pois Maomé era comerciante antes da revelação islâmica e a doutrina não proibia a atividade exercita pelos islâmicos.
            O patrimônio geográfico dos povos conquistados foi aproveitado pelos mulçumanos. Desde a geografia ptolomaica dos gregos helenistas, até instrumentos como o compasso que usava a agulha imantada para indicar a direção. 
            A geografia se aliou a cartografia de navegadores mais conhecidos como Vasco da Gama. Ibn Battuta (1304 – 1377) e o Historiador Ibn Khaldun se tornaram viajantes e concretizaram as rotas a partir das cartografias de Vasco da Gama.
            A astrologia entra na geografia e cartografia, com sua capacidade de determinar as Latitudes e Longitudes, de numerosos espaços no império.
Conhecida pelos árabes desde o século XI, a bussulo guardava segredos, pois os instrumentos lhes cacilitavam o comercio, em detrimento dos seus concorrentes.               Dessa maneira, os portugueses se beneficiavam desses instrumentos, e se gabavam de terem tais técnicas. Os faróis, determinação das horas a bordo, código de conduta a bordo, isso tudo propiciou o inicio das grandes navegações.
Arquitetura naval
بناء السفن
            Os árabes transmitiram aos ocidentais numerosos elementos da arquitetura naval, sobressaindo-se a vela latina e o leme; as técnicas astronômicas, dentre elas a determinação das condenadas, cartas náuticas também permitiam a navegação no Atlântico.
            Ao conquistar o oriente próximo, os árabes pouco experientes com o tema, adquiriram com os libaneses, antigos fenícios, os conhecimentos que lhes possibilitaram construir sua própria marinha, frotas de comércio e de guerra. Dando-lhes hegemonia no antigo lago romano, o Mediterraneo. Tal conhecimento em grande parte veio da cultura persa,
  




  



Conclusão

             É notável perceber como a expansão árabe da idade média, rendeu para humanidade grandes avanços. Esses avanços. Poesia, artes, sabedoria e relações lingüísticas. Religiosidade e Conhecimento. Essa herança Intelectual trouxe uma notável evolução Intelectual para a Ciência e Tecnologia medieval.
  
            Natureza e Religião sempre estiveram presentes, os árabes seguiam essa evolução respeitando a ética ambiental. A Matemática e Astronomia talvez sem essas duas últimas contribuições orientais, Portugal talvez nunca tivesse atravessado o Atlântico

            É uma pena que céticos prefiram seguir conselhos diversos que demonizam os árabes. Pois dentro da cultura islã tem primado um profeta que acredito ser um homem porta voz de Deus. Cada um deve ter liberdade de escolha sobre a concepção de ver as coisas.
: Não há imposição (coerção) quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro (Islam). surat al bakara versiculo 256

            Professor Luiz Fernando é uma pena que o assunto de preferência do Senhor, seja dado em sala de aula. Salvo de pequenas notas “negativas”.sobre o islã. Ainda bem que o senhor foi bonzinho e não deu um texto tendencioso. Pois se o senhor achar o mesmo que Tomás de Aquino seria impossível falar com historicidade sobre o Islam.

Esse percurso foi um estudo muito bom, que me levou por caminhos, ciências e filosofias distantes.

            Concluo ainda que, a instituição católica foi grande responsável pelo “cabresto cientifico” empregado durante as eras medievais.  Eu, do pouco que conheço nas escrituras da Biblia (Vulgata ou Não), não vi nenhuma passagem que proíba a aquisição do conhecimento.
           
            A própria peste teria sido brevemente resolvida se não fosse a falta de conhecimento. Não quero transformar os árabes em sábios heróicos. Eu posso me acostumar a ver um homem que dobra seus joelhos para Deus varias vezes por dia ser perseguido? Assim como os valdenses eram perseguidos por ler e viver a palavra de Deus. Sou só mais um apostata que passara em branco pela pomposa matéria “História da Igreja Medieval Oriental e Ocidental”.(sim assim eu batizo essa cadeira) Não queremos o Sr Ecumênico mas Laico. Tente falar de outras culturas com senso histórico e não eclesiástico. Pois estamos na História/Licenciatura e não ensinarei uma Igreja Católica Linda Leve e Solta para meus alunos.

            Já Bernardo Guy discorda de mim e provavelmente me queimaria na santa fogueira da santa inquisição. Fato é que o monoteísmo mulçumano é mais forte que o misticismo católico.
           
            Peço que desconsidere essas palavras heréticas que deixei aqui para ver se o senhor leu. E que tenha misericórdia desse “pobre diabo com cara de marginal”, que vos escreve.

Referencias Bibliográficas
“O milagre árabe”
Samuel Sérgio Salinas, séculos VII-XIII

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